UM VENTO VEM
Por isso pedimos paralisar o plano eólico vigente e os projetos em trámite e apostar por um modelo energético transparente, justo, descentralizado e descarbonizado, que potencie a soberania energética dos povos, com a redução do consumo, e redes de distribuição local.
Galiza é depois de Castela e Leão e Aragão, e com muito menos território, a terceira comunidade em geração de energia eólica —9720 GW em 2022 contra 13793 e 10200 respetivamente—. Contamos já com mais de 180 polígonos eólicos em funcionamento, superando os 4000 moinhos e os 3887 MW de potência instalada. Ainda assim, baixo a febre dos fundos Next Generation EU, existem mais de 300 novos projetos em fase de tramitação, que procuram somar o duplo desta potência.
Em eólica marinha, após a recente aprovação dos planos de ordenação do espaço marinho (POEM), que regulam os usos permitidos em águas jurisdicionais, cinco dos 19 polígonos projetados em todo o Estado são na Galiza, que abrangem uns 2350 metros quadrados, é dizer, o 47% da superfície total.
Uma invasão de projetos que, como bem sabemos, não tem como principal objetivo descarbonizar a economia para satisfazer as demandas energéticas da população num mundo mais justo, senão que agacham fins economicamente lucrativos para as empresas, convertendo a eletricidade noutra bolha especulativa mais em que o mercado é o único importante. Entretanto as emissões mundiais de CO2 relacionadas com a energia seguem a crescer, atingindo um novo máximo em 2022 de mais de 36800 milhões de toneladas e as empresas internacionais e nacionais de combustíveis fósseis obtenhem rendimentos recordes.
Subsidiados com dinheiros públicos e amparados pola trama política, que deixa nas mãos dos promotores dos polígonos eólicos a apropriação e destruição de natureza e lar, com consequências, em muitos casos, irreversíveis, falam-nos da urgência da descarbonização empresas pouco suspeitosas de se preocuparem pelo bem comum como Capital Energy,Greenalia ou Endesa —principais beneficiárias na avaliação express da Xunta— ou Ferrovial, que enquanto preparava a sua marcha aos Países Baixos, solicitava autorização a Transição Ecológica para instalar 2.2GW de eólica marinha, onde se jogam 9000M de euros.
Projetos que mesmo, nalguns casos, a Xunta autoriza e a justiza, após o trabalho das ativistas, declara ilegais. Projetos que graças a sistemas de negociação espúrios e à expropriação como arma —pola sua declaração de “utilidade pública”— devaluam as economias locais e a saúde dos seus habitantes, prejudicam a biodiversidade, degradam as comunidades rurais e destroem a paisagem e o património.
Um desenvolvimento capitalista terrivelmente desigual no social, no geográfico e no ecológico, em que se geram zonas de sacrifício entre diferentes estados e também dentro dos mesmos, e em que as empresas, da mão da Administração, entram no território e impõem um modo de produção e reprodução social em que pouco têm a dizer os seus moradores.
Para nós falar de território é falar da visibilização das suas lutas, das confrontações entre os grandes poderes e quem os enfrenta; de que naquelas zonas onde se implantam moinhos põe-se em risco as espécies que o habitam; de que não se reverte o despovoamento nem os seus vizinhos aumentam os seus ganhos; de que não se indemnizam as afeções reais; falar da desvalorização drástica das terras e de perder paisagens e cultura.
É urgente deter a mudança climática, mas não se fará seguindo este vórtice suicida de desenvolvismo e extractivismo. Como o próprio IPCC nos lembra: antes que qualquer outra, a melhor medida para lutar contra a mudança climática é a preservação dos ecossistemas.
Por isso pedimos paralisar o plano eólico vigente e os projetos em trámite e apostar por um modelo energético transparente, justo, descentralizado e descarbonizado, que potencie a soberania energética dos povos, com a redução do consumo, e redes de distribuição local.
No próximo 21 de maio, seguindo o ronsel de Foi polo vento e Veu polo aire e de tantas companheiras que lutam, sairemos às ruas de Lugo para berrar que Um Vento Vem, um vento cada vez mais forte, que sabe da insustentabilidade deste modelo económico, e que lembra que o território também é nosso e a forma de habitá-lo pertence-nos.


Por isso pedimos paralisar o plano eólico vigente e os projetos em trámite e apostar por um modelo energético transparente, justo, descentralizado e descarbonizado, que potencie a soberania energética dos povos, com a redução do consumo, e redes de distribuição local.
Galiza é depois de Castela e Leão e Aragão, e com muito menos território, a terceira comunidade em geração de energia eólica —9720 GW em 2022 contra 13793 e 10200 respetivamente—. Contamos já com mais de 180 polígonos eólicos em funcionamento, superando os 4000 moinhos e os 3887 MW de potência instalada. Ainda assim, baixo a febre dos fundos Next Generation EU, existem mais de 300 novos projetos em fase de tramitação, que procuram somar o duplo desta potência.
Em eólica marinha, após a recente aprovação dos planos de ordenação do espaço marinho (POEM), que regulam os usos permitidos em águas jurisdicionais, cinco dos 19 polígonos projetados em todo o Estado são na Galiza, que abrangem uns 2350 metros quadrados, é dizer, o 47% da superfície total.
Uma invasão de projetos que, como bem sabemos, não tem como principal objetivo descarbonizar a economia para satisfazer as demandas energéticas da população num mundo mais justo, senão que agacham fins economicamente lucrativos para as empresas, convertendo a eletricidade noutra bolha especulativa mais em que o mercado é o único importante. Entretanto as emissões mundiais de CO2 relacionadas com a energia seguem a crescer, atingindo um novo máximo em 2022 de mais de 36800 milhões de toneladas e as empresas internacionais e nacionais de combustíveis fósseis obtenhem rendimentos recordes.
Subsidiados com dinheiros públicos e amparados pola trama política, que deixa nas mãos dos promotores dos polígonos eólicos a apropriação e destruição de natureza e lar, com consequências, em muitos casos, irreversíveis, falam-nos da urgência da descarbonização empresas pouco suspeitosas de se preocuparem pelo bem comum como Capital Energy,Greenalia ou Endesa —principais beneficiárias na avaliação express da Xunta— ou Ferrovial, que enquanto preparava a sua marcha aos Países Baixos, solicitava autorização a Transição Ecológica para instalar 2.2GW de eólica marinha, onde se jogam 9000M de euros.
Projetos que mesmo, nalguns casos, a Xunta autoriza e a justiza, após o trabalho das ativistas, declara ilegais. Projetos que graças a sistemas de negociação espúrios e à expropriação como arma —pola sua declaração de “utilidade pública”— devaluam as economias locais e a saúde dos seus habitantes, prejudicam a biodiversidade, degradam as comunidades rurais e destroem a paisagem e o património.
Um desenvolvimento capitalista terrivelmente desigual no social, no geográfico e no ecológico, em que se geram zonas de sacrifício entre diferentes estados e também dentro dos mesmos, e em que as empresas, da mão da Administração, entram no território e impõem um modo de produção e reprodução social em que pouco têm a dizer os seus moradores.
Para nós falar de território é falar da visibilização das suas lutas, das confrontações entre os grandes poderes e quem os enfrenta; de que naquelas zonas onde se implantam moinhos põe-se em risco as espécies que o habitam; de que não se reverte o despovoamento nem os seus vizinhos aumentam os seus ganhos; de que não se indemnizam as afeções reais; falar da desvalorização drástica das terras e de perder paisagens e cultura.
É urgente deter a mudança climática, mas não se fará seguindo este vórtice suicida de desenvolvismo e extractivismo. Como o próprio IPCC nos lembra: antes que qualquer outra, a melhor medida para lutar contra a mudança climática é a preservação dos ecossistemas.
Por isso pedimos paralisar o plano eólico vigente e os projetos em trámite e apostar por um modelo energético transparente, justo, descentralizado e descarbonizado, que potencie a soberania energética dos povos, com a redução do consumo, e redes de distribuição local.
No próximo 21 de maio, seguindo o ronsel de Foi polo vento e Veu polo aire e de tantas companheiras que lutam, sairemos às ruas de Lugo para berrar que Um Vento Vem, um vento cada vez mais forte, que sabe da insustentabilidade deste modelo económico, e que lembra que o território também é nosso e a forma de habitá-lo pertence-nos.
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Foi polo vento e Veu polo ar 2022+2023